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CONFRATERNIZAÇÃO DOS COMBATENTES DO ULTRAMAR

Texto e fotos:Carlos Morgadinho
Agosto de 2011

Adiaspora.com

 

Pois mais uma vez os ex-combatentes da Guerra do Ultramar, ou Colonial para muitos, juntaram-se num almoço/convívio no passado domingo, dia 17 de Abril, no salão do

Europa Catering, no 1407 da Dundas Street, em Toronto. Podemos afirmar que foi uma das festas de ex-militares e combatentes mais participadas destes últimos anos pois mais de 280 pessoas lotou aquele espaço.

Como convidados de honra esteve presente o coronel Faustino Alves Lucas Hilário, vindo expressamente da Liga dos Combatentes de Lisboa, onde desempenha as funções de secretário na Direcção e o monsenhor Eduardo Resendes um ex-capelão nas Forças Armadas no tempo daquele conflito em África. Presentes também o sargento luso-canadiano Victor Carvalho das Forças Canadianas e o Presidente da Associação de Combatentes Portugueses de Winnipeg/Manitoba, Pedro Correia. Naquele salão encontrava-se também três militares luso canadianos das Forças do Canadá, Álvaro Gonçalves e dois filhos, que nós chamamos uma “Família em Armas”.

Com inicio pelas 13 horas com a entrada no salão dos estandartes do Combatentes, da Liga de Lisboa dos ex-combatentes e das bandeiras de Portugal e do Canadá após que foi entoado, a trompete, pela jovem Katht Vieira, um minuto de silêncio em memória de todos combatentes que já partiram do nosso convívio, e os hinos do Canadá e de Portugal por Isabel Sinde. Finalizada esta parte foi a vez de Monsenhor Eduardo Resendes abençoar a refeição que iria ser servida dentro de poucos minutos.

Terminado o almoço procedeu-se às intervenções dos convidados presentes dos quais registámos a do coronel Hilário parte deixamos para o nosso leitor:
“Uma vez Combatente, é-se Combatente para toda a vida, portanto não nos consideremos ex- Combatentes!
Li, há pouco tempo, escrito, por um Combatente, esta frase simples mas muito significativa:

“Os antigos Combatentes serão sempre Combatentes enquanto forem vivos porque a marca que ficou nas suas vidas é de tal maneira forte que, jamais, se poderá esquecer”. Ser Combatente é uma qualidade de que todos nos orgulhamos e de que nos continuaremos a orgulhar - Orgulho legitimamente assumido porque ao País, direi mesmo, à Nação, demos um pouco mais, mesmo muito mais do que aqueles outros, também cidadãos. Por imposição de Cidadania e por Compromisso de Honra Solene:
Cumprimos os maiores e mais significativos Deveres Cívicos, sem regatear esforços ou limitar vontades e muitas vezes – mais de 7000 – dando a própria vida; Sofremos no corpo e no espírito.

Os sinais estão bem presentes naqueles que procuram apoio e ajuda junto dos Centros de Apoio Médico, Psicológico e Social da Liga dos Combatentes (Lisboa, Porto, Coimbra, Loulé, Chaves, Évora, etc) e, ainda, nos pontos de apoio de outras Instituições que, não sendo Estado, acabam por cumprir obrigações próprias deste, que, para dar este tipo de respostas, não se organizou de forma a atender a uma situação que era previsível.

De entre os vários programas da LC, para apoio aos seus sócios, tem-se vindo a impor como mais significativo o Programa “Cuidados de Saúde” através do qual se desenvolvem todas as actividades de apoio àqueles Combatentes que, diariamente, nos procuram, em sofrimento, trazendo consigo problemas graves de saúde, de carência material e social.
Os milhares de consultas médicas, psiquiátricas, psicologias e de assistência social demonstram a importância do problema. As centenas de casos de famílias apoiadas por carência económica são reveladoras da qualidade do problema. O elevado número de casos de Combatentes Sem-abrigo já sinalizados, apoiados e acompanhados, só na região de Lisboa e Vale do Tejo, faz pensar na indesejável extensão do problema a nível nacional.

E não se pense que aqueles que nos procuram - e com quem estamos - são apenas aqueles que foram praças! Eles são praças, sargentos e oficiais! …”

A finalizar aquela tarde procedeu-se à entrega de medalhas comemorativas a todos os combatentes presentes e à obtenção de fotos para não se esquecer estes momentos de autêntica “irmandade” herdada há mais de 40 anos nas savanas ou matas africanas onde o Sol aperta mais. A dor, o sacrifício, o medo, a frustração e até a raiva fizeram parte do dia-a-dia de mais de 800 mil combatentes que pegaram em armas, obrigados obviamente e sem saber-se a causa, para alimentar uma guerra que logo à partida estava PERDIDA pois as guerras não se ganham no campo de batalha mas sim no diálogo entre as partes em desavença. E aqui está o erro dos nossos governantes de então – não quererem dialogar e dar a Cesar o que é de César e que era, sem duvidas, a autodeterminação aos povos das colónias sob o jugo de Portugal por mais de 500 anos.
Mas nós, combatentes, não tínhamos o poder de o exigir que se resolvesse o conflito à mesa de negociações. Nada tínhamos também contra as populações desses ex-territórios pelo contrário.

O trabalho de Mestre-de-Cerimónias esteve ao cuidado, e bem, do nosso colega José Mário Coelho, um ex-militar desses velhos tempos e director da Associação de Combatentes de Toronto.

Muitos eram os nomes de comerciantes e industriais da nossa praça que um dia envergaram uniforme e neste almoço se juntaram em franca camaradagem. Dos muitos citamos o Horácio Domingos, Artur de Sousa, Bento de São José, Mário Gomes, Manuel Barreto, Manuel de Paulos, Tony Ruivo, Arménio Costa, Augusto Pires e outros cujos nomes não nos vem à memória mas eles, sim, também estavam lá nesta tertúlia anual.

Deixamos aqui um pequeno reparo que nos deixou um tanto ou quanto surpresos. Era que no programa de festas deste almoço estava anunciado a presença do nosso Cônsul-Geral em Toronto, Dr. Júlio Vilela, e não ter aparecido, nem sequer para uma saudação rápida, “à la minuta” como se diz na gíria. Encontramos com o Dr. Júlio Vilela momentos antes na Casa dos Açores, ali na College, um “pulinho” do Europa Catering, onde decorria esta festa. Não teria o Dr. Júlio Vilela uns 5 minutos para parar e dar uma palavra a todos estes ex-combatentes? É que esta festa finalizou já passava bem as 18 horas. Ouvimos alguns daqueles ex-militares demonstrarem o seu desapontamento por esta falta do Cônsul-Geral de Portugal.

 

 

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